quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A marcação dos Trilhos

Num país evoluído, as actividades "outdoor" constituem uma mais valia para o desenvolvimento das localidades. Nos Açores os trilhos demarcados, onde para muitos só se pode promover o andar a pé e com "pezinhos de lã", constituem por si um potencial enorme para o desenvolvimento de um turismo de aventura na natureza. Já tive a oportunidade de percorrer 90% dos trilhos demarcados dos Açores e afirmo que a grande maioria é ciclável, embora com diferentes coeficientes de dificuldade, principalmente na parte técnica. Também existem outros, em algumas ilhas, de grande interesse e espectacularidade que não estão marcados mas que poderiam estar no futuro.
Na foto acima temos um bom exemplo de placa que gostaria de ver por aqui nos nossos trilhos. Aqui faz-se a distinção clara entre actividades de carácter ecológico e actividades motorizadas, cada um no seu espaço.
foto retirada do Pink Bike (ver artigo)

8 comentários:

Rui Álvares Cabral disse...

Olá, Luís!

Desta vez não posso concordar com o que escreveste no último parágrafo. Existem algumas especialidades de desporto motorizado que são ambientalmente sustentáveis. Por exemplo, em Itália, o acesso ao meio natural é vedado a todos os veículos motorizados, com excepção da motas de trial.
Quando foi feito o Decreto Legislativo Regional de criação do Parque Natural da Ilha de S. Miguel, sugeri que fosse feito um estudo de impacte ambiental dos diferentes desportos motorizados e que o regulamento fosse elaborado conforme este estudo. Que eu saiba, não foi feito ainda estudo nenhum, pelo que vou continuar, como se diz por aqui, Ikegal...
Um abraço

RJG disse...

Boas Rui

É certo que as motos de trial causam menos impacto que as motas de enduro e de quatro rodas, ainda mais quando conduzidas com o devido cuidado como sabemos que é o teu caso...lol. Mas no entanto não deixam de ser motas com algum poder de tração e movidas a gasolina, caso a moda pegasse e assim que houvesse alguns praticantes em maior numero, certamente que as marcas começariam a aparecer, principalmente nos trilhos demarcados como trilhos pedestres.

Abraço

melo disse...

Boas Rui.

Eu sei que és um amante das motos de trial e estas têm um poder "menos destrutivo" do que as de Enduro começando pela sua autonomia. Agora a questão que está aqui em causa são os locais de prática. A foto do post pertence a um artigo sobre uma biKe trip no deserto de moab, e claramente percebe-se que é permitido o uso veiculos de trial (jipes e motos), agora nunca se pode é misturar tudo no mesmo saco.

Existem trilhos de piso muito mole como o caso das empadadas, por acaso já viste como está aquele local? antigamente até dava para andar de bike agora até a pé é dificil, e porquê? Quantas bikes ou individuos a caminhar é que seriam precisos para cavar aquilo tudo? Acho que deves concordar comigo, que existe ali um forte impacto?
Mas no entanto defendo que todos têm o seu lugar e podem trazer mais valias ao desenvolvimento do nosso meio, sustentavelmente é claro.

Abraço.

Daiwana disse...

Isso de se fazerem trilhos cicláveis é uma excelente ideia, mas nunca poderá ser um bike park onde a malta pode andar "a abrir". Para serem trilhos cicláceis, terão forçosamente que ter condições mínimas para qualquer "utente" com qualquer bicicleta, o que é muito bom, mas acaba por não poder ter um grau de adrenalina/dificuldade muito elevado, senão já estou a imaginar ambulâncias de moto 4 a ir tirar turistas dos trilhos "homologados" durante o verão. Sim, porque não estou a ver esta gente de mentes abertas das nossas secretarias a por uma placa: "Desmonte já! Trilho não ciclável! ... Já morreram aqui 3 bikers" nos nossos trilhos"
Digo eu... De qualquer das formas acho essas ideias muito boas para a nossa região.

RJAM disse...

Essa do bike park era uma excelente ideia, já não era preciso fazer coisas ikegal lol...!

Anónimo disse...

Tal como o Daiwana refere, trilhos pedestres abertos às bicicletas de uma forma geral para passeio, muito bem! Agora estes trilhos abertos às bicicletas para "raides" geradores de velocidade e adrenalina, com certeza vão trazer confrontos e confirmar incompatibilidades de uso...

Caro Rui Cabral, sou grande admirador das motos e o primeiro a defendê-las, sejam elas de que segmento forem, mas no caso, discordo da sua opinião e acho que as mesmas devem ser deixadas de fora...

melo disse...

Descidas a "full-power" em locais publicos, mais tarde ou mais cedo vão acabar em asneira, para mim isto é claro. Excepto em locais amplos e com boa visibilidade tipo Monte Escuro ou via rápida. Acho que está na consciência de cada um os limites que pretende atingir quando anda nestes locais.
Andar a fundo com segurança só mesmo nas provas ou nalgum "quintal" construido para o efeito.
Quanto aos bikes Parks não contem mt com isso num futuro próximo. Se aparecerem os "tais" 2 DH trails construidos de raiz já vai ser excelente.
Até lá tou com S. Tomé "ver para crer"

Rui Álvares Cabral disse...

Boas!

Já sabia que o meu comentário ia criar alguma polémica, mas pensava que os tiros iam por outro lado.
Luís, os pneus de trial não cavam. Em condições de pouca aderência, isto é, lama, os pneus enchem devido ao pouco espaço entre os tacos e, nos locais inclinados as motas até andam para trás, ao contrário dos pneus de enduro que cavam. Ando muito na zona das Empadadas e concordo contigo. Aquilo está miserável.

Rui, se o trial pegasse de moda, o que é muito pouco provável, visto que nunca foi moda em lado nenhum, nem sequer em Espanha, creio que as pessoas que poderiam adoptar esta moda seriam os endureros, o que seria excelente em termos ambientais...
Posso dizer que tenho sido quase sempre bem aceite quer por lavradores, que me autorizam a passar nos seus pastos, quer por caminhantes, que respondem sempre aos meuss cumprimento. Claro que quando me cruzo em locais estreitos dou prioridade aos caminahntes e desligo a mota. Creio que com educação e respeito, à lugar para todos.
Um abraço