quarta-feira, 8 de julho de 2009

Uma opinião de quem gosta disto...

No final da taça ANIMA 2009 em DH a opinião foi unânime que as coisas foram mais para o fracote em relação a 2008. Em evidência nas mesmas opiniões está a ausência de alguns atletas, a variedade dos percursos do calendário e algum cansaço e vontade de “passar o testemunho” por parte da organização.Vamos por partes.
A entrada e saída de atletas por diversos motivos, é normal em qualquer modalidade, só que a saída de meia dúzia, assim de repente, num universo pequeno faz diferença e a ausência nota-se. Nota-se porque a saída não foi proporcional á entrada de novos praticantes, apesar do sucesso estrondoso de 2008.
Mesmo assim tivemos um campeonato muito competitivo, o “top ten” anda todo de segundo em segundo e os três primeiros por diversas vezes andaram separados por décimos. À vista desarmada anda tudo no mesmo patamar apenas o relógio no fim é que diz que afinal existe uma classificação. O Chico foi um merecido vencedor mantendo a cabeça fria, dando uso a toda a sua consistência e rapidez. O Carlos aplicou-se como nunca e teve o seu melhor ano de sempre, mas terá de aplicar-se pois o António revelou-se uma certeza sendo o downhiller que neste momento tem o futuro mais promissor em termos de rendimento. O António na minha opinião tem uma margem de progressão grande e provavelmente será campeão num futuro próximo. O mesmo posso dizer do Álvaro, já no passado o referi, este jovem tem um potencial brutal e dentro do seu escalão ninguém lhe toca, fez milagres com uma bike muito inferior à concorrência. Se continuar a ter aquela humildade que o caracteriza e vontade de aprender com os mais velhos, vai longe. Este ano também gostei de ver alguns juniores como o Nuno, bem como o João Machado e o Ricardo Lindo a correrem federados pela primeira vez. Do Rubén nem vou falar, porque não sei o que dizer. É uma pena ver um talento natural ...Em termos de listas de inscritos posso apostar que no DHU que aí vem, a mesma vai crescer bastante. É a novidade e a proximidade que vão falar mais alto. Se houvesse DH na Batalha este ano, certamente teríamos a lista de inscritos dos últimos 10 anos, é perto toda gente anda lá com todo tipo de bikes, mas seria ridículo.
Assim passo ao tema seguinte; os percursos. Encontrar percursos não é tarefa fácil e abri-los e torná-los numa pista de DH torna o trabalho ainda mais difícil. Se pegar-mos no regulamento para as provas oficiais, ler-mos e olhar-mos para o que temos por ai, dificilmente encaixava-mos os nossos percursos, ou por falta de extensão, falta de zona de padoc, saltos…e por ai fora. O típico trilho Açoriano, a descer, tem características muito próprias; single track técnico em pedra ou entre árvores, estradão rápido com lombas liso em terra ou pedra solta (excepto o Pico). Encontrar um misto entre os dois, com extensão, com zonas de gaps, é para esquecer porque não existe esta possibilidade física (com viabilidade), pelo menos em S. Miguel. Aqui faz-se um tipo de DH muito restrito em termos de linhas e opções. Por cá adquire-se as bases, quem quiser algo mais, terá de “esvoaçar”, fazer-se á estrada e ir para fora competir e treinar nos locais de excelência e com os riders de eleição.A actual organização, mais uma vez, está de parabéns, conseguiu na minha opinião resolver os problemas que foram surgindo de uma maneira muito profissional, embora reconheça que já exista cansaço. Contudo acho que o DH é a disciplina do ciclismo onde se sentem mais á vontade e descontraidos (no bom sentido). Para isto contribui o grande conhecimento pessoal entre todos os intervenientes, a amizade e o respeito que tem havido desde sempre. Não nos podemos esquecer que o DH regional é uma família unida e foi um disciplina que, principalmente, desde 2006 meteu no ciclismo muita gente jovem. Estou convencido, que será no futuro a modalidade preferida dos actuais miúdos dos escalões de formação das escolas de ciclismo. Por isso, a modalidade irá continuar a existir e nunca deverá ser menosprezada e diminuída no panorama actual. Em termos de futuras organizações acho que não devem ser os mais “velhos” a avançar, estes sim devem dar espaço e incentivar os mais novos. Actualmente temos eventos organizados por jovens de grande sucesso (DHU). Quem tem a capacidade de bater ás portas e colocar de pé eventos de âmbito nacional, está mais que apto ou aptos a organizar qualquer taça regional de DH. São novos, criativos trazem novas dinâmicas, novas ideias e isto é o fundamental para evolução de qualquer actividade.

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